“A minha ansiedade teve inicio numa altura da minha vida em que eu achava que seriam os melhores anos da minha vida. A minha ansiedade inicio quando eu tinha 17 anos (por volta dessa idade, não dou certeza porque já foi há bastante tempo), por isso eu estava na minha adolescência.
Quando tive o meu primeiro contacto com a doença foi algo tão assustador que me marcou e mudou a minha vida para sempre.
Quando houve esse primeiro ataque eu deixei de viver, fiquei em casa sem sair por um mês, existindo apenas.
Para mim foi muito difícil assumir a minha doença, demorei dez anos, podia ter sido tudo diferente se aceitasse logo, mas não o fiz. Passei por muito, sofri sozinha e calada. Autodestrui-me e perdi-me nesta doença. Um dia eu espero encontrar a Mónica que perdi a meio desta doença.
Eu hoje, sem dúvida, sempre que falo deste assunto eu peço, por favor, falem, assumam e nunca se esqueçam que vida só temos uma, se nós desistirmos dela nunca a voltaremos a viver. E mesmo que sofram do preconceito das pessoas que não entendem nada desta doença não liguem, ninguém lutará por ti a não ser tu mesmo. Digo isto porque estou a tentar aprender isso.
Falar com os profissionais é essencial para a nossa recuperação.
Espero que um dia esta doença seja vista com a gravidade que ela têm e que seja falada e que consigamos ver evoluções sobre como podemos acalmar a nossa ansiedade.
Espero que o meu testemunho ajude alguém a assumir e a falar.